3 DE JULHO 2020 | #21

ALL ABOUT

COMUNICAR É ACRESCENTAR VALOR

INDISPENSÁVEL

O poder dos vínculos fracos

Sente saudades daquele sorriso de ocasião? Daqueles três minutos de conversa com o amigo de um amigo que se encontra na rua? Das conversas de circunstância?

Há cerca de quatro meses, todos nos vimos obrigados a afastar das pessoas que nos são mais próximas e também daquelas que encontrávamos ocasionalmente, quer numa ida ao café, no escritório ou simplesmente ao passear na rua. E é a estas últimas que este artigo da BBC Worklife faz referência.

Em 1973, Mark Granovetter, professor de sociologia da Universidade de Stanford, num artigo intitulado de The Strength of Weak Ties (A força dos laços fracos), mostrou que a quantidade também importa. Todas as pessoas têm um núcleo interno com quem costumam conversar e um núcleo externo de conhecidos que veem em circunstâncias mais rápidas. Granovetter nomeou essas categorias de “laços fortes” e “laços fracos”. A partir de um estudo realizado com base em 282 trabalhadores, com sede em Boston, descobriu que a maioria deles conseguiu emprego através de alguém que conhecia e via casualmente (84%) e apenas uma minoria através de um amigo próximo.

Com o reajuste das práticas de trabalho e a adoção do modelo virtual, que trouxeram uma maior flexibilidade, também se verificou uma grande desvantagem: as ligações sociais foram restringidas. Os escritórios físicos não só possibilitam reuniões presenciais formais, como também funcionam como espaços para encontros com os nossos “laços fracos” profissionais – pessoas com as quais não trabalhamos de perto, mas cujo trabalho tem um impacto por conta própria.

Quanto maior o número de vínculos fracos, maior é a felicidade da pessoa, lê-se neste artigo. As pessoas externas ao nosso círculo mais próximo trazem novas ideias e oportunidades, e proporcionam conversas mais leves. Por isso, é muito importante, assim que possível, investir também nelas.

POR CÁ

Estatísticas do desemprego não espelham diminuição da população empregada em Portugal

A população empregada em Portugal está a diminuir, mas as estatísticas do desemprego não o espelham. Em plena época pandémica, com o número de inscritos nos centros de emprego a aumentar, as contas do Instituto Nacional de Estatística (INE) mostram uma descida do desemprego em maio, para os 5,5%. A taxa de subutilização do trabalho, que abrange pessoas sem trabalho, mas que não são contabilizadas como desempregadas pelo INE, já vai nos 14,2%, quase três vezes mais do que a taxa de desemprego oficial. Uma estimativa provisória, mas que revela que a diminuição da população empregada não está a ter uma tradução direta no aumento do desemprego nas estatísticas divulgadas. Para ler no Expresso.

 

Governo fica com 72,5% da TAP

A TAP foi fortemente afetada pela crise que a obrigou a paralisar grande parte da sua frota. Nas últimas semanas retomou uma parte, mas ainda inferior a 50%. Ficou decidido, esta quinta-feira, que o governo português fica com a maioria do capital da TAP e vai escolher no mercado internacional uma equipa de gestão privada para a empresa. O Estado português foi autorizado a injetar até 1,2 mil milhões de euros na companhia. Em troca, a TAP tem de cumprir uma de duas opções: o reembolso em seis meses do valor de ajuda ou terá de implementar um plano de reestruturação que poderá levar a um corte de rotas e funcionários. Antonoaldo Neves, CEO da companhia aérea, considera que não estão reunidas condições para um reembolso em seis meses, por isso, afirmou que vão trabalhar na reestruturação. Leia no Dinheiro Vivo.

 

Primeiro, é para devolver. Depois, não. A seguir, sim. Agora, não. Deputados mantêm suspensão da devolução de manuais escolares

Na terça-feira, na votação na especialidade na comissão, tinha sido aprovada a proposta do CDS-PP que suspende a devolução dos manuais escolares entregues aos alunos para o ano letivo de 2019-2020, numa votação que apenas teve os votos contra do PS. Uma medida que o Ministério da Educação criticou mantendo a devolução que já está a decorrer. Esta sexta-feira, porém, o plenário da Assembleia da República validou a votação da Comissão de Orçamento e Finanças (COF), no âmbito da especialidade do Orçamento Suplementar, que aprovava a proposta do CDS que suspende a devolução dos manuais escolares. Resta saber como é que as escolas e os encarregados de educação que já cumpriram a devolução dos manuais reverterão agora a mesma. Para ler a decisão do plenário da Assembleia da República desta sexta-feira, aqui.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

LÁ FORA

Reino Unido abre corredores com países europeus, mas exclui Portugal

O Reino Unido vai abrir na próxima segunda-feira, 6 de julho, os corredores de viagem que permitem aos turistas britânicos evitar a quarentena no regresso ao país, com um conjunto de países europeus a divulgar nesse dia. Portugal não consta da lista. “Alguns países estão nesta lista e Portugal está a lutar por um lugar”, disse a secretária de Estado do Turismo de Portugal, Rita Marques, frisando ainda que Portugal foi nomeado como o destino mais seguro da Europa pelo Conselho Mundial de Viagens e Turismo. Veja no Jornal de Notícias.

 

Reino Unido, Taiwan e Austrália anunciam programas para receber requerentes de asilo de Hong Kong

A posição dura que a China tem vindo a adotar em relação ao território, tem deixado muitos descontentes e incentivado manifestações. Esta quarta-feira, entrou em vigor a Lei da Segurança Nacional, que pretende proibir contestações, divisões, insubordinações, atos de terrorismo e conluio contra o governo chinês ou outras “forças estrangeiras”, lançando o pânico entre muitos residentes que se focam em apagar quaisquer vestígios do compromisso pró-democracia dos computadores. Ainda assim, milhares de pessoas foram de novo para a rua e pelo menos 370 acabaram sendo presas. O Reino Unido anunciou que vai abrir caminho para a nacionalização de pelo menos 2,9 milhões de cidadãos de Hong Kong e, se a este número se juntarem os descendentes diretos destas pessoas, a China pode ter de lidar com um êxodo populacional muito grande a partir de uma das suas cidades mais importantes. Outros países como Taiwan e a Austrália também ofereceram ajuda aos requerentes de asilo de Hong Kong. Decisões que deixam a China com vontade de retaliar. Para ler no Expresso.

 

 

 

 

Contra factos não há argumentos

Os hacks acontecem e são uma preocupação

Nos últimos 10 anos, muitos aspetos da vida quotidiana foram mudando gradualmente com a transição para o online. Ouve-se falar muito em violação de dados – motivo de preocupação crescente para todos. À medida que a sociedade se torna mais confortável com o teletrabalho e outras atividades virtuais, as informações pessoais espalham-se por um maior número de plataformas online, deixando as pessoas mais vulneráveis do que nunca.

Segundo um estudo referido neste artigo do Global Web Index, um hack online ocorre a cada 39 segundos e 64% dos utilizadores da Internet dizem estar preocupados com a utilização das suas informações confidenciais pelas empresas.

Os governos adotam medidas para proteger as pessoas por meio de algumas políticas, como o General Data Protection Regulation (na Europa) e o California Consumer Privacy Act (na Califórnia). No entanto, seis em cada 10 utilizadores em todo o mundo, mostra uma grande preocupação com a Internet a invadir a sua privacidade. Nos Estados Unidos e no Reino Unido, por exemplo, a maioria dos entrevistados afirmou estar mais preocupado com a sua privacidade do que com a pandemia. Estará o rastreamento de contactos condicionado? Será preciso mais informação por parte dos utilizadores? Uma coisa é certa: o medo é uma barreira. Leia aqui.

 

Como sobreviver

O encanto no meio do sossego

É tempo de viajar para perto. É também tempo de descobrir a beleza do sossego. A cidade algarvia de Olhão é detentora de muitos encantos que em breve estarão ao seu alcance. Com meia dúzia de restaurantes, um extenso areal, até em pleno mês de agosto a cidade é um lugar calmo para se estar. “A grande atração de Olhão é que não tem grande atração”. A história está nas expressões das pessoas, não num museu. “Encontrar-se em Olhão é encontrar-se”. Mais do que um lugar onde se chega, é um lugar onde se está. Saiba mais sobre a magia deste lugar no The Guardian.  

 

App portuguesa lançada para combater o isolamento juvenil

O período de telescola permitiu que muitas crianças, ainda assim, vissem todos os dias os seus colegas. No entanto, com o fim do ano letivo e de qualquer contacto (físico ou virtual), o isolamento social juvenil pode aumentar afetando a saúde mental das crianças. Esta preocupação levou o Movimento Transformers a lançar uma app, a “Payback Challenge”, que ajuda os mais jovens a estarem mais próximos, mesmo que sem contacto físico. A aplicação permite aos utilizadores realizarem e partilharem desafios entre si. Entre eles, fazer uma caminhada com um amigo com quem já não estão há muito tempo ou ver, por videochamada, uma série em conjunto. São 31 os desafios que serão lançados, um por semana, e que posteriormente poderão ser partilhados nas redes sociais com a hashtag #paybackchallenge. Para ler na Marketeer.

 

E se as viagens… acontecessem por intermédio de narrativas?

Como sobreviver a este mundo atual em que os livros ficam para trás? “Ler é um portal mágico e quem promove a leitura junto das crianças está a ser extremamente generoso”, lê-se neste artigo do Sapo. O Dia Mundial das Bibliotecas assinalou-se esta semana e veio relembrar a importância de influenciar os mais novos a ter hábitos de leitura. Atualmente, navega-se muito na Internet, mas falta “acender uma luz no espírito” das crianças e dos jovens adolescentes. Os livros são uma companhia e, quando acompanhados, ganham um propósito. Portugal tem cerca de 180 bibliotecas ativas e, para quem prefere, a Biblioteca Nacional Digital. Se forem corretamente influenciados pelos mais velhos, haverá desculpas para que os jovens se escapem à leitura? “Viajar de forma gratuita, não é de aproveitar?”. Leia esta reflexão aqui.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Facts&Figures

Agilidade e Resiliência são o caminho para o “amanhã”

A fase inicial da crise, o “agora”, centra-se na sobrevivência: salvaguarda da vida humana, garantia da estabilidade financeira e criação de um centro de comando de risco.  É fundamental que haja um foco no médio prazo, o “amanhã”. O que aí vem terá dois imperativos empresariais: a necessidade de adaptar as operações e de aumentar a resiliência. Cabe às empresas refletir sobre a forma como voltarão a envolver a sua força de trabalho, como repararão cadeias de valor interrompidas, como será alcançada uma base de custos mais baixa e mais ágil, como poderão ser reduzidos os riscos operacionais e garantido o acesso dos clientes.

Ao primarem estes aspetos, os líderes terão também de pensar sobre o que se sucede. Que mudanças sofrerá a economia global? Estará a solução na digitalização? Quais serão os comportamentos dos consumidores? Que normas sociais poderão ser aplicadas? Só em conjunto é que todos estes fatores conseguirão moldar o futuro, lê-se neste artigo da EY. Um artigo que procura esclarecer acerca das melhores estratégias a pôr em prática para que a inovação seja acelerada e para que as empresas se possam proteger de futuros choques.

 

A adoção dos pagamentos digitais

O digital tem vindo a predominar a vida das pessoas ao longo dos anos. Os pagamentos digitais começaram a ser uma opção. A primeira compra online foi efetuada em 1994. Em 1999, a Paypal lançou um serviço de transferência eletrónica de dinheiro. Em 2014 foi lançado o Apple Pay. Os pagamentos digitais e as soluções para os mesmos têm-se multiplicado. O comportamento do consumidor mudou e começou a direcionar-se para as transações sem contacto e sem dinheiro. Este tipo de pagamento tem efeito em todo o mundo, mas os ritmos são diferentes de país para país. Singapura, por exemplo, tem o maior número de pagamentos sem dinheiro por pessoa, com uma média de 831 pagamentos sem dinheiro anualmente. A Coreia do Sul é também líder de uma sociedade sem dinheiro. Já a Suécia espera-se que se torne numa nação sem dinheiro apenas em 2023. Neste artigo do Visual Capitalist encontrará dados que revelam este crescimento dos pagamentos digitais no mundo.

 

Apenas 3,8% das startups portuguesas fecharam portas

Quase três em cada dez startups sentem um impacto negativo na situação laboral da empresa, conclui estudo da Startup Portugal. Mas 71,8% continua a laborar normalmente e 40% antecipa uma tendência de expansão nos próximos tempos. Apenas 3,8% das startups portuguesas foram forçadas a encerrar a sua atividade na sequência da crise que tem afetado o país e o mundo, com as áreas da saúde e das viagens a registarem uma maior tendência para o encerramento. 19,8% estão com a atividade temporariamente suspensa e 4,6% prestes a suspendê-la. A conclusão é do estudo preliminar “Impacto da Covid-19 no Ecossistema de Startups Nacional”, com base num inquérito a mais de 200 fundadores e executivos de startups com sede em Portugal, que pode encontrar no Expresso.

 

 

 

 

 

 

 

 

Fazer a Diferença

Um exemplo de responsabilidade social interna

O equilíbrio entre a vida profissional e pessoal é extremamente importante e é o reconhecimento dessa importância por parte dos líderes das empresas que motiva os colaboradores. A Altice Portugal tem sido um bom exemplo de responsabilidade social, proporcionando um ambiente positivo no interior da empresa. Tem contribuído ativamente para a felicidade dos seus colaboradores e respetivas famílias e amigos, acompanhando as datas e os momentos especiais das suas vidas. No ano passado, o grupo deu a possibilidade a 1504 trabalhadores de trabalharem a partir de casa e aprovou 963 pedidos de funcionários que pretendiam trabalhar num edifício mais próximo das suas residências. Além disso, dispensa habitualmente os colaboradores no dia do seu aniversário, organiza colónias de férias com os seus filhos, oferece o “kit Bebé” no nascimento do primeiro filho (no ano de 2019, ofereceu 204), entre outros exemplos. Conheça este caso no Jornal i.

 

Pulse: o dispositivo criado pela NASA para mitigar a propagação do vírus

A NASA criou um dispositivo 3D, chamado “Pulse”, com um sensor de proximidade que é ativado cada vez que alguém aproximar as mãos do rosto. Este dispositivo tem como missão minimizar a propagação do vírus e de “acompanhar os esforços” das autoridades de saúde. Cada vez que as mãos forem aproximadas do rosto, este emite uma vibração, que vai aumentando a sua intensidade à medida que a proximidade aumenta. É gratuito e pode ser reproduzido por qualquer um. Leia no Observador.

 

Facebook lança campanha contra a desinformação

O Facebook lançou uma nova iniciativa para combater a desinformação. “Três perguntas que ajudam a eliminar as notícias falsas” é o nome da campanha que vai surgir na rede social, acompanhada por uma série de anúncios e um link para um site, que a multinacional norte-americana acredita que ajudará os utilizadores a serem mais críticos em relação aos conteúdos que lhes chegam e que partilham. Através das questões “Isto veio de onde?”, “O que falta?” e “O que está a sentir?”, pretende levar os utilizadores a privilegiarem as fontes credíveis e desconfiarem da ausência delas. Uma campanha inicialmente disponível para utilizadores do Médio Oriente, África e Europa, incluindo Portugal e o Reino Unido. Conheça melhor esta iniciativa no Expresso.

 

 

 

 

Opinião de Pedro Reis – Parte VII

Capitalizar a Economia

Depois de seis artigos centralizados na economia e na sua regeneração, Pedro Reis, Head da Banca Institucional do Millennium BCP e ex-presidente da Agência para o Investimento e Comércio Externo de Portugal (AICEP), considera necessário que se continue a criar investimento de forma a dar aceleração a este setor. Sendo a capitalização das empresas um estímulo para o reforço do balanço das organizações e a salvaguarda da economia, há que considerar “três eixos cruciais: o do capital de risco, o do mercado de capitais e o da política fiscal”. Três eixos que, em paralelo, possibilitarão a capitalização das empresas e permitirão que seja dado “um passo gigante para saltar por cima de um precipício aberto por esta crise pandémica de contornos inéditos”.

No caso do reforço das políticas fiscais, por exemplo, esse eixo “tem recolhido crescente atenção a nível europeu como aspeto crítico quando se visa definir e implementar políticas pragmáticas de estímulo ao investimento” e tem sido alvo de “sugestões e recomendações muito válidas, um pouco por essa Europa fora, que se prendem com aspetos tão diversos como a atribuição de apoios e benefícios fiscais melhor concebidos para estimular a admissão de empresas ao mercado de capitais”. Veja estes três focos a que Pedro Reis faz referência no Dinheiro Vivo.

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