22 DE MAIO 2020 | #15

ALL ABOUT

COMUNICAR É ACRESCENTAR VALOR

INDISPENSÁVEL

Sabia que uma das mais importantes invenções para rádio e televisão a nível global foi de um português? E que o elevador para as cadeiras de rodas também teve autoria portuguesa? Mais. Portugal foi o primeiro País a ter caixas de multibanco a funcionar. Esta sexta-feira, celebra-se o dia do Autor Português. A National Geographic reuniu algumas das invenções made in Portugal.

Ainda a este propósito, recorda-se deste sistema para daltónicos – o ColorADD? Foi criado em 2010, pelo português Miguel Neiva, para ajudar os daltónicos a distinguir as cores, como lhe mostra a PME Magazine e que, ainda hoje, continua a ajudar a colorir o mundo para todos.

E a Via Verde? Será também de autoria portuguesa? Sim e não. A Via Verde foi criada pela Brisa (operadora de infraestruturas em Portugal), em 1990, tendo sido a primeira empresa no mundo a desenvolver um sistema de portagem automática, aplicável de forma universal a todo o País. No entanto, a empresa não ficou com quaisquer direitos sobre a invenção, uma vez que nunca a registou. “Não pedimos a patente porque na altura, o registo de patentes em Portugal ainda estava muito verde e havia pouco conhecimento sobre a forma como as coisas se faziam. Foi uma pena”, como pode ler neste artigo do Expresso, de 2010, em que já se via um crescimento do número de patentes registadas em Portugal. 

Hoje, 10 anos depois desse último artigo, dados apresentados pela Visão revelam que os pedidos de patente com origem em Portugal para a Europa, feitos ao Instituto Europeu de Patentes, mais do que triplicaram na última década. Um sinal de grande crescimento sobretudo nas áreas tecnológicas do País, como pode ver aqui.

Os tempos mudaram. A inovação cresceu. Portugal tem uma grande capacidade criativa e, por isso, torna-se tão importante proteger, cada vez mais, aquilo que é nacional. A crise gera a inovação. Proteger as marcas, por si só, gera investimento. E não poderá ser este também, no que diz respeito às marcas, um ponto de partida para o reconhecimento do Autor nos dias de hoje?

 

POR CÁ

Vivemos uma das épocas mais críticas de todos os tempos. Depois deste “buraco negro”, que marcas sobreviverão? E como se posicionarão e passarão a comunicar? “Os consumidores estão a comprar em maior quantidade para evitar mais saídas de casa, logo temos acompanhado o processo logístico de abastecimento dos canais de revenda, [garantindo] que os nossos consumidores sabem onde se podem dirigir para fazer a aquisição ou ter o suporte que necessitam”, refere Miguel Matos, general manager da Tabaqueira – maior empresa de tabaco a nível nacional. “Como uma das principais empresas a nível nacional e um dos maiores exportadores, sabemos que teremos um papel importante e responsável para contribuir o melhor possível para essa recuperação”. O feedback do consumidor tem sido positivo, conta Miguel Matos, em entrevista à Marketeer.

Num período em que muitas empresas anseiam por retomar a atividade económica, a lei nem sempre é relembrada. O Expresso falou com alguns trabalhadores que se queixam de receber indicações para voltar fisicamente à empresa. Reclamam o esquecimento por parte dos patrões de um ponto importante do Plano de Desconfinamento, em que é declarada a obrigatoriedade sobre a adoção do regime de teletrabalho, sempre que as funções em causa o permitam. O desacordo nas medidas a adotar pode agravar as relações laborais entre empregadores e trabalhadores. Mas, “a lei é bastante clara” e o teletrabalho perdura até ao fim de maio. Leia aqui os conselhos da Autoridade para as Condições do Trabalho que o esclarecerão, caso seja exposto a esta situação.

Nove em cada dez empresas já abandonaram o teletrabalho, mas uma grande maioria tem manifestado dificuldades em cumprir as novas regras sanitárias. Segundo um inquérito do Banco de Portugal e do Instituto Nacional de Estatística (INE), mais de 75% das empresas apontam fatores como a indisponibilidade de material de proteção individual, as restrições no espaço físico e os custos elevados, como situações que dificultam o cumprimento dos requisitos exigidos no retorno às empresas. Para ler no ECO.

Conseguir “desligar” é um desafio acrescido quando o trabalho está dentro de casa. O número de horas “ligado” aumentou, os telefonemas não têm tempo determinado e as reuniões decorrem fora do horário habitual. As tarefas profissionais exigem um esforço cognitivo muito grande e os efeitos de “não desligar” podem ter um impacto negativo na saúde física mental. “Muitas vezes, quando desligamos, continuamos a trabalhar no nosso tempo de lazer, o cérebro não se regenera e fica difícil continuar a ter capacidade para dar respostas com qualidade às exigências da vida profissional”. Embora não haja uma lei que obrigue a estar constantemente conectado, o sentimento de obrigatoriedade existe. Um tema complexo que poderá ser objeto de estudo, mas que, para já, é motivo de debate no ECO.

 

 

LÁ FORA

O Brasil é considerado o segundo país do mundo com o maior número de novos casos confirmados de Covid-19, sucedendo-se apenas aos Estados Unidos. Ainda assim, Jair Bolsonaro mantém-se pouco recetivo à ideia do isolamento. Já no caso do Peru, a história é outra. Foi um dos primeiros países da América Latina a entrar em confinamento, mas o crescimento do número de infetados é incontestável. O presidente Martín Vizcarra aderiu estritamente às recomendações da Organização Mundial de Saúde desde o aparecimento do novo coronavírus. Mobilizou a polícia e o exército para impor uma quarentena rigorosa. No entanto, mais de dois meses depois, é um dos países mais atingidos pela Covid-19 na região. Com mais de 100 mil casos confirmados e a ultrapassar as 3 mil mortes, ocupa a quinta posição no que toca aos países com um maior aumento de novos casos. Se houve uma resposta na hora certa, por que motivo não conseguiu aplanar a curva de infeções? Incumprimento oculto da lei? Conheça este caso no The Guardian.

Enquanto toda a Europa debate e delibera os horários graduais de reabertura dos restaurantes, lojas e museus, há uma cidade que não pode voltar à normalidade: Veneza. Sem turistas, a economia é inexistente. Com as gôndolas fora de água, o vazio sente-se na cidade. Veneza, que recebia todos os dias 100 mil pessoas, hoje vê esse número reduzido a zero. “Nestes meses, geralmente trabalhamos dia e noite para reconstruir o fundo, repintar e aperfeiçoar todos os barcos. Mas todos os 433 gondoleiros de Veneza estão fechados em suas casas, e nem conseguem imaginar quando poderão começar a trabalhar novamente.” Mais uma realidade que se vive lá fora, para ler no Diário de Notícias.

O pagamento com contactless disparou com a pandemia. Se uns já estavam familiarizados com essa realidade, para outros foi sinónimo de mais mudança e adptação. Quando os cartões bancários foram introduzidos em grande parte da Europa e nos Estados Unidos, a Alemanha continuou a dar preferência às carteiras cheias de dinheiro. Os alemães, grandes fãs das notas e das moedas, só em 2018 é que, pela primeira vez, viram os pagamentos com cartão a ultrapassar o pagamento com dinheiro em mão. O surgimento da Covid-19 veio fortalecer este método. A dependência da Alemanha face ao dinheiro foi reduzida, tendo começado a promover os pagamentos com contactless. “As pessoas precisavam de um motivo forte para romper um velho hábito”. Este artigo da BBC Worklife relata-lhe esta evolução.

Contra factos não há argumentos

Até bem recentemente, o teletrabalho não era uma opção preferencial para a maioria da população ativa. Contudo, este regime tem sido bem aceite pelos portugueses que demonstram uma vontade clara de o manter no futuro, no mínimo uma vez por semana. É a conclusão do estudo “Remote Work em Portugal”, realizado pela JLL Portugal, e que incidiu sobre 1100 profissionais. Vantagens como não perder tempo em deslocações, não ter as interrupções constantes do escritório, ter uma agenda flexível e mais tempo para a família, estiveram na base dos resultados do inquérito. “Há uma reorganização do espaço e é certo que o teletrabalho veio para ficar, bem como a transformação digital nas empresas. Mas não haverá uma transição total do trabalho no escritório para o trabalho em casa”, lê-se na Human Resources.

A pandemia fez do Zoom a ferramenta de eleição para reuniões à distância. Em todas as profissões e grupos sociais. As reuniões virtuais na plataforma, fáceis de agendar e de participar a partir de casa, aparentam ser uma nova realidade ideal, mas podem ser mentalmente desgastantes. Num artigo da National Geographic, referenciado pela Psychology Today, são explicados alguns dos fatores que contribuem para a exaustão proveniente da assídua utilização do Zoom. Entre eles, sublinha-se o risco de uma menor participação nas conversas de vídeo em grupo, dado que a palavra é atribuída a um de cada vez, não permitindo reconhecer o comportamento dos outros participantes. Um fator que não aconteceria através da visão periférica, durante uma reunião ao vivo. A realização excessiva de reuniões para discutir assuntos que, anteriormente, seriam comunicados por e-mail, é outro aspeto que poderá ser desgastante e que o artigo tem em conta.

 

Como sobreviver

Esta segunda-feira, 18 de maio, ficou marcada pela reabertura dos restaurantes. Há quem opte, ainda, por aguardar esta opção durante mais uma ou duas semanas, mas outros atrevem-se a dar já o passo em frente, como foi o caso do JNcQOI Ásia da Avenida da Liberdade, que já reabriu portas. “O cliente vai chegar e as mesas não estarão postas”, explica o chef António Bóia, responsável pelas cozinhas dos restaurantes JNcQOI. Entre cuidados no distanciamento e nas medidas de higiene, o momento é vivido com expetativa e esperança do regresso dos clientes. “Digo sem qualquer dúvida que, com estas medidas e com estas preocupações, é neste momento mais seguro comer nos restaurantes do que em casa”. Veja no Diário de Notícias como tem sido preparado este retorno da restauração.  

Num ano em que as tão tradicionais celebrações dos Santos Populares foram canceladas, devido à pandemia da Covid-19, é preciso recorrer à imaginação. A Super Bock lançou o concurso “Santos em Casa”, que desafia os portugueses a decorarem as suas varandas a rigor. O concurso arrancou esta terça-feira, dia 19 de maio, e termina no dia 21 de junho. A participação requer apenas a partilha de fotografias e de vídeos das varandas enfeitadas com a hashtag #SantosDaCasaSuperBock. Os autores dos conteúdos mais originais receberão diariamente produtos e prémios da Super Bock para alegrar as festividades. “Todos os adereços são válidos para tornar as varandas de todo o País mais coloridas e prontas para receber uma das noites mais animadas do ano”, comunica a Super Bock em nota de impresa. Para ler na Marketeer

O regresso aos lugares comuns, “ao normal”, do quotidiano vai acontecendo de forma gradual. Com o Verão a aproximar-se, a afluência às praias poderá ser elevada, a menos que seja controlada. Um grupo de estudantes de São João da Madeira criou, em quatro dias, uma aplicação telefónica gratuita, a “SandSpace”. Com uma sinalética entre verde (ocupação baixa), amarelo (elevada) e vermelho (total), permitirá a utilizadores de 580 praias nacionais indicar os níveis de ocupação do areal, facilitando decisões a quem esteja em casa e pondere a deslocação. A app abrange toda a costa continental e também a dos arquipélagos dos Açores e da Madeira. “A partir dessa base, as restantes funcionalidades dependem dos contributos de quem estiver nos areais porque serão os utilizadores de cada espaço balnear a fornecer à app os dados sobre a sua ocupação humana”. Para ler no Observador.

 

 

Facts&Figures

“A pandemia de Covid-19 está a desencadear uma crise de desenvolvimento humano”. A advertência é feita num relatório do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), divulgado esta quarta-feira. O relatório põe a hipótese de uma queda no índice de desenvolvimento humano (IDH) pela primeira vez em 30 anos. Choques como a crise financeira de 2007-2009 ou o surto de ébola na África Ocidental, em 2014, criaram oscilações no IDH, mas não impediram o seu aumento em termos anuais. Agora, a história poderá ser diferente. Consulte o relatório no Jornal de Negócios.

“No meio da tempestade da pandemia, houve negócios que navegaram tranquilamente, e outros ainda que souberam mudar de vela e navegar à bolina pela primeira vez”. O digital revelou um grande contributo na performance destes negócios. Na próxima segunda-feira, dia 26 de maio, pelas 10 e meia da manhã, decorrerá o 3º webinar de SC&O inserido na série Hoje, Amanhã e Futuro. Este evento online será dedicado à transformação digital da cadeia de abastecimento e conta com a presença de dois convidados: Jocelyn Hallum (Diretor na prática EY de SC&O no Reino Unido) e Sérgio Ferreira, responsável pela prática de Customer na EY Portugal. Neste webinar serão facultados dados e factos que procurarão ir ao encontro de respostas sobre as influências do digital. Para participar, registe-se aqui.

“Quando uma porta se fecha, outra abre-se”. Tempos de crise trazem adaptação, mas podem também ser sinónimo de mudança total. O teletrabalho implementa a distância física e pode resultar, consequentemente, no distanciamento mental e em incertezas face ao regresso ao local de trabalho. Durante uma crise desta dimensão, muitas pessoas reavaliam as suas carreiras, quer por necessidade quer por escolha. Um estudo recente realizado pela O.C Tanner – uma empresa de reconhecimento de funcionários – indica que 48% pondera uma mudança de carreira, mal a situação atual apresente contornos mais suaves. Mas, a necessidade de fazer uma mudança e pô-la efetivamente em prática, são duas linhas distintas. Este artigo da Fast Company apresenta-lhe algumas etapas que deve considerar nesse processo de decisão. Analisar o mercado é uma delas.

 

 

 

 

Fazer a Diferença

O Dia Internacional da Biodiversidade, que é comemorado esta sexta-feira, dia 22 de maio, alerta para a necessidade e importância da conservação da diversidade biológica. Neste registo, a Comissão Europeia adotou esta quarta-feira, 20 de maio, a sua nova “Estratégia da Biodiversidade”, com um financiamento de 20 mil milhões de euros por ano, juntamente com a “Estratégia do Prado ao Prato”. Estender a agricultura biológica a 25% das terras agrícolas até 2030 e transformar, pelo menos, 30% das terras e dos mares da Europa em zonas protegidas, são duas das suas ambições. “A crise do coronavírus demonstrou que todos somos extremamente vulneráveis e que é importante restabelecer o equilíbrio entre a atividade humana e a natureza. As alterações climáticas e a perda de biodiversidade são um perigo evidente e atual para a humanidade”, é alertado no ECO.

Todas as ajudas são bem-vindas numa fase que continua longe de ser ultrapassada. E os profissionais de saúde sabem-no melhor que ninguém. Os HoloLens, uns óculos de Realidade Virtual criados pela Microsoft em 2019, têm sido uma salvaguarda para que os médicos britânicos consigam combater a Covid-19. Este sistema permite que os médicos comuniquem com outros colegas e solicitem várias informações como, por exemplo, resultados de raio-X. De acordo com a equipa médica, a utilização de HoloLens reduziu significativamente, em cerca de 83%, o tempo que os profissionais tinham que atravessar áreas de alto risco. “A proteção da equipa foi um fator motivador importante para este trabalho, mas também a proteção dos pacientes”. Esta é outra prova de que todos os setores são importantes e do potencial crescente da tecnologia nos dias de hoje, sendo também capaz de proteger vidas. Para ler no Pplware.

Focada em ajudar os profissionais de um dos setores mais afetados pela pandemia – o Audiovisual – a Altice Arena lançou esta semana o projeto “Cadeira Solidária Altice Arena”, no qual cede duas cadeiras de um dos seus camarotes premium. O valor destes lugares é de 6 mil euros cada e será convertido, na íntegra, em bens alimentares que serão entregues à União Audiovisual, que integra “pessoas que tantas vezes recebemos no nosso espaço e a quem também se deve o sucesso de tantos e tão grandes eventos”, refere Jorge Vinha da Silva, administrador executivo da Altice Arena. O comprador dos dois lugares terá acesso, durante o ano de 2021, a todos os eventos que se venham a realizar. Conheça a iniciativa no ECO.

Opinião de Pedro Reis

Relançar a economia (IV)

Pedro Reis, Head da Banca Institucional do Millennium BCP e ex-Presidente da AICEP, no seguimento dos seus três artigos anteriores, em que ensaiou hipóteses capazes de reconverter a economia global, concentra-se agora num novo alvo: o relançamento da economia. “Essa reativação [da economia] será determinante para mitigar os estragos da presente crise, que está agora apenas a tirar as garras de fora”. O financiamento, a capitalização, a promoção e o impacto são os quatro eixos de abordagem que se encontram na estruturação desse ponto de viragem.

“Seria bom que debelássemos com determinação, com inteligência e com coragem aproveitando para semear uma sociedade mais justa regada por uma economia mais equilibrada”. Os próximos anos poderão depender disso, alerta Pedro Reis no Dinheiro Vivo.

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