15 DE MAIO 2020 | #14

ALL ABOUT

COMUNICAR É ACRESCENTAR VALOR

INDISPENSÁVEL

O mundo mudou com a pandemia. E o posicionamento da Europa entre os Estados Unidos e a China também. Num mundo antes da Covid-19, os Estados Unidos tinham a sua economia mais voltada para dentro e a crise financeira permitiu à China ganhar uma nova força económica e uma maior legitimidade na política mundial.

Poderá o vírus alterar esta imagem? É a esta questão que João Marques de Almeida, da consultora Holdingham Group, e Lídia Pereira, deputada ao Parlamento Europeu, tentam responder, em conversa com Inês Domingos, presidente do think tank International Affairs Network. “Haverá um maior afastamento económico entre as duas maiores economias do mundo, os Estados Unidos e a China. Em relação à Europa, acho que é importante o resultado eleitoral nos Estados Unidos”. Para ouvir no Google Podcasts.

A 29 de maio de 1919, numa época em que eram poucos os cientistas que consideravam a relatividade plausível, o astrónomo inglês, Arthur Eddington, resolveu testar a teoria de Einstein e, com a sua pequena equipa, viajou até à ilha do Príncipe, onde observou o maior eclipse total que acontece uma vez a cada 500 anos. E, assim, transformou Albert Einstein numa celebridade, ao provar a teoria científica mais significativa do universo desde a gravidade newtoniana – a teoria da relatividade, que aponta para o espaço e para o tempo como uma entidade única.

“De sombra e de luz se escreve a História da Humanidade”, lê-se na Vogue. E como é que isto se relaciona com os tempos que vivemos hoje?  Este “eclipse” mundial veio relembrar-nos de que estamos todos ligados num tecido universal de espaço e tempo e que é, através da união, que nasce a verdadeira força. Vale a pena ler esta analogia. 

POR CÁ

A Covid-19 provoca a maior quebra na economia portuguesa em sete anos. Face à situação vivida nos últimos tempos, a economia portuguesa recuou 2,4% no primeiro trimestre em relação ao mesmo período do ano passado, de acordo com a primeira estimativa publicada pelo Instituto Nacional de Estatística (INE). O PIB português recuou menos do que a zona euro, cuja contração, nos mesmos três meses, foi de 3,3%, de acordo com a estimativa rápida, realizada no final de abril, pela Eurostat. Para ler no Expresso.

Portugal vive uma “crise social”. Esta é uma das conclusões do relatório do terceiro estado de emergência, que vigorou entre 18 de abril e 2 de maio, e que foi entregue esta terça-feira na Assembleia da República. O documento, com mais de 180 páginas, aborda a caracterização da situação epidemiológica e a capacidade de resposta do Serviço Nacional de Saúde (SNS), documenta as providências e medidas adotadas pelo Governo e apresenta, ainda, diversas conclusões sobre vários setores, nomeadamente relacionados com a situação económica do país. O relatório torna evidente a crise social em que o país vive devido à pandemia, considerando que “o decréscimo do emprego e a retração da atividade económica foram inevitáveis”. Consulte-o na íntegra no Sol.

“O setor do gás mostrou-se muito resiliente. Não será dos que terá mais dificuldades. Estamos apreensivos com o setor do turismo, ao qual fornecemos gás, e também com a restauração e outros serviços. Mas estamos otimistas face ao futuro.”. Quem o diz é Nuno Moreira, CEO da Dourogás, em entrevista ao ECO/Capital Verde. O responsável pela empresa líder nacional do setor do gás natural veicular (GNV), destaca ainda o papel do gás natural na transição energética em curso em Portugal. Uma energia menos poluente, comparativamente ao gasóleo, e mais económica. Ao substituir o carvão, reduzem-se significativamente as emissões. “Apostamos no gás natural porque é a melhor forma de descarbonizar presentemente. Olhamos para o hidrogénio como uma forma futura de descarbonizar a 100%”. Para ler aqui.

 

LÁ FORA

A normalidade vai sendo, aos poucos, retomada por toda a Europa. As fases de desconfinamento têm prosseguido consoante a situação de cada país. Uns veem a sua economia mais aliviada, no que toca à reabertura dos estabelecimentos, por exemplo; outros terão de aguardar mais tempo. Países como a Alemanha e França, já reabriram escolas e livrarias. Outros, como a Suíça, têm restaurantes e cafés a funcionar. E no caso isolado da Suécia? Não há muito a retomar, quando foi pouco aquilo que deixou de operar. Saiba mais sobre este ponto de situação na BBC News.

A ideia de uma pandemia mundial já é um ponto assente. Porém, ainda nem todos foram confrontados com esta realidade. E sentem receio da sua chegada. Elisabetta, irmã missionária comboniana no Hospital São José, no Chade, um dos países africanos oficialmente menos atingidos pela Covid-19, conta a razão pela qual o povo teme a chegada da pandemia. “Não temos material de proteção, o pouco que temos não é adequado para enfrentar a eventual chegada de pacientes com coronavírus”. A este problema junta-se o facto de o Chade ser um país sem saída para o mar: “Tendo as fronteiras bloqueadas, impossibilita a chegada de géneros de primeira necessidade”. Para conhecer melhor esta realidade no Vatican News.

Esta é a história de um bom exemplo, de um restaurante de Hong Kong que se tornou num modelo mundial na luta contra a pandemia, e que acabou por ser replicado. Quando o novo coronavírus começou a ganhar expressão, Hong Kong ainda se encontrava a recuperar de diversos meses de protestos, que forçaram vários estabelecimentos a manter as portas fechadas. De forma a não reviver a situação passada, a Black Sheep, cadeia constituída por 23 restaurantes e mil funcionários, focou-se em encontrar soluções. Os responsáveis da empresa escreveram um livro com diversas normas de segurança que passavam por procedimentos de verificação de temperatura, pela lavagem das mãos a cada 30 minutos, a proibição de quaisquer formas de contacto físico e o uso obrigatório de máscara. Em pouco tempo, Assim Hussain, cofundador da Black Sheep, começou a receber pedidos de ajuda de outros restaurantes, o que levou a que as normas de segurança se tornassem públicas. Conheça esta resposta-exemplo à pandemia, no Jornal económico.

Contra factos não há argumentos

O confinamento trouxe a readaptação das rotinas diárias e a adoção de novos comportamentos de compra, tornando prioritário para as marcas, mais do que anteriormente, entender as perceções dos clientes a respeito das organizações, de forma a melhorar a sua capacidade de resposta perante as necessidades dos seus clientes.

“O cliente escolhe as marcas que serão lembradas e as que serão esquecidas depois deste período. Por isso, estejam lá para eles.”, afirma Kanika Bali, especialista em marketing digital numa agência líder de marketing e publicidade.

Mas, como medir as perceções dos clientes? O Global Web Index explica-lhe.

E, porque no que diz respeito às marcas, só resistem aquelas que se conseguem adaptar a estes novos tempos, no mundo dos influencers não é diferente. O Público falou com alguns deles, como Alice Trewinnard, Bárbara Corby e Bernardo Almeida, que explicaram o desafio que têm enfrentado nos últimos meses, em que tiveram de repensar novas estratégias para continuar a alimentar os seus canais. “Alguns conteúdos não fariam sentido numa altura tão delicada e até poderia ser descabido ou cair mal junto do público”. 

 

Como sobreviver

A segunda fase do desconfinamento aproxima-se, deixando, para já, o cinema em suspenso. Mas porque recriar e reinventar são palavras de ordem nesta nova realidade, entre esta sexta-feira, 15 de maio, e domingo, 17 de maio, poderá reviver um pouco esta arte. Haverá várias sessões de cinema drive-in gratuitas na Batalha, no distrito de Leiria. As inscrições para estas sessões de cinema, que terão lugar no estacionamento do Centro de Exposições da Batalha – Exposalão, já estão abertas. A organização encarregar-se-á de distribuir kits de proteção e de dar indicações a todas as viaturas com bilhete de acesso. Consulte no Notícias de Leiria os filmes em exibição e veja como pode proceder à inscrição.

Tema inevitável e que faz parte do nosso dia-a-dia: o uso de máscaras. Mas tão importante como colocá-las, é saber utilizá-las de forma correta e segura. Na Visão pode ficar a conhecer os níveis de eficiência de cada um dos modelos, em que circunstâncias deverão ser utilizados e como deverá ser feito o processo de lavagem. A proteção de uns e de outros é, neste momento, o passo principal para a retoma da normalidade. 

Esta crise tem significado (ou para alguns poderá vir a significar) desemprego. Este artigo é para ajudar e inspirar quem enfrenta a dificuldade e desafios na procura de um novo trabalho.

No caso de Leslie King, a única diferença foi que passou por essa experiência há um ano, quando os males da pandemia não se avistavam. Leslie trabalhava há seis meses numa empresa e foi despedida sem aviso prévio. Percebeu que concentrar os dias na procura de um emprego, conjugado com várias entrevistas, é desgastante. Foi por ter vivido esse contratempo que decidiu partilhar alguns conselhos úteis neste artigo da Forbes, sobre como encontrar um equilíbrio emocional e como recorrer às ferramentas certas para facilitar toda essa tarefa. As funcionalidades do LinkedIn influenciaram muito o seu processo. 

 

Facts&Figures

A Covid-19 poderá duplicar o número de pessoas que passam fome no mundo. Esta é uma conclusão do Relatório Global sobre Crises Alimentares, a ler no Visual Capitalist. “Quando a poeira assentar, o problema da insegurança alimentar pode ser agravado significativamente”. A Covid-19 tem dominado os últimos meses, mas há outro tipo de emergência que ameaça a vida de milhões de pessoas em todo o mundo, nomeadamente em África – a insegurança alimentar – provocada por fatores como as secas, as inundações e as inflações.

Até ao final de 2020, de acordo com dados disponibilizados pelo relatório, estima-se que a escassez de alimentos se possa sentir em mais de 265 milhões de pessoas, valor projetado também pelo impacto contínuo da crise atual, que deteriora as condições económicas e pode resultar em cortes no financiamento das principais organizações humanitárias. Leia aqui.

O cenário competitivo está a ser remodelado e para que as empresas continuem a ter presença e dimensão neste novo mundo, terão de estar aptas para reformular o seu futuro, criar valor a longo prazo e ter uma economia baseada em valores. Que escolhas críticas devem as empresas fazer a seguir? O que esperar do futuro? A EY ajuda-o a encontrar essas respostas. “As empresas já enfrentavam pressões para agirem de forma mais responsável e a crise só irá acelerar este processo”. 

Nos últimos meses, todas as organizações têm sentido desafios e necessidades de adaptação. Mas, é sobretudo na indústria hoteleira que as adversidades se fazem sentir a nível mundial. Com a redução drástica nas viagens, torna-se necessária a redefinição dos padrões e comportamentos, quer nas viagens de lazer, quer nas de negócios. Para a hotelaria, a próxima fase de recuperação poderá ser crítica. Este artigo da BCG mostra-lhe algumas medidas que podem ser tomadas como resposta à crise hoteleira e as etapas que ajudarão as empresas a prosperar a longo prazo, num ambiente pós-pandémico.

 

Fazer a Diferença

Assim que as restrições impostas pela pandemia o permitirem, Portugal vai acolher 500 menores não acompanhados provenientes da Grécia. Os primeiros 25 jovens, vindos de campos de refugiados do país, chegarão a Portugal na primeira quinzena de junho, ficando o acolhimento sob a responsabilidade da Cruz Vermelha Portuguesa, até serem encaminhados para uma resposta mais adequada aos seus perfis. Para ler no Observador.

Uma equipa de engenheiros portugueses da IntellectEU lançou o projeto #SpreadLoveNotCorona, para consciencializar o público para as necessidades da Organização Mundial da Saúde (OMS) perante a pandemia e envolver o maior número de pessoas possíveis em torno da causa. O Fundo Solidário digital conta já com 500 participantes e permite aos utilizadores fazerem doações que revertem a favor da OMS. Veja no Sapo Tek esta iniciativa que já conseguiu angariar mais de 2 mil euros.

A marca cosmética L’Oréal lançou o programa “L’Oréal para o Futuro” que irá distribuir um total de 150 milhões de euros a favor de duas causas. Uma primeira parte do dinheiro será destinado ao apoio de organizações e instituições de caridade locais que ajudam as mulheres a integrar o mercado de trabalho. A segunda terá como destino investimentos de impacto ambiental: projetos de restauro de ecossistemas marinhos e florestais e projetos ligados à economia circular, sobretudo em termos de reciclagem e gestão de resíduos de plástico.

“Nos próximos meses, as nossas sociedades enfrentarão crises sociais que originam situações de grande sofrimento humano, principalmente para os mais vulneráveis.”, sublinha em comunicado o CEO do grupo L’Oréal, Jean-Paul Agon. Para ler na Marketeer.

Opinião de Gonçalo Sampaio

Já foram submetidos vários pedidos de patentes relacionados com a Covid-19

 Portugal tem uma grande capacidade inventiva, mas protege pouco. São as palavras de Gonçalo Sampaio, presidente do Grupo Português da Associação Internacional para a Proteção da Propriedade Intelectual e sócio da J.E. Dias Costa, que considera que a inovação deve “definir, por exemplo, que só pode usar a informação técnica quem eu licenciar e que só licencio quem se comprometer a fazê-lo a preço de custo, sem lucros”, de maneira a não perder o controlo do desenvolvimento da inovação.

Proteger o que se inventou é um investimento e é “em momentos de crise [que] há uma maior propensão para a inovação, para reinventar negócios, processos e métodos. Era bom que aproveitássemos este momento para ganhar cultura de proteção das nossas inovações”, adverte Gonçalo Sampaio, em entrevista à Sábado.

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