30 DE ABRIL 2020 | #12
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COMUNICAR É ACRESCENTAR VALOR
INDISPENSÁVEL
À meia-noite de 2 de maio, é levantado, em Portugal, o estado de emergência. É chegado o estado de calamidade. Ninguém sabe o que esperar do novo “normal”, numa altura em que a névoa de incerteza se adensa. “É impossível saber o que irá acontecer. Mas é possível considerar as lições do passado, tanto distante como recente, e, nessa base, pensar construtivamente sobre o futuro”, sublinha um artigo da McKinsey & Company, que sugere a receita de elementos que os líderes empresariais terão de seguir para lidar com esta nova normalidade: negócios à distância, resiliência, um Estado mais interventivo, mais escrutínio, disrupção setorial, alterações de comportamento do consumidor e uma economia contact-free. É possível que os tempos que se seguem sejam muito difíceis, mas também serão pródigos em criatividade em inovação. É neste contexto tão díspar e paradoxal que a liderança terá de saber navegar.
O fluxo interminável de notícias a que assistimos, nos tempos que correm, dificulta-nos a tarefa de sermos otimistas. Antes, provoca-nos medo, semeia ansiedade e sensação de impotência. Sentimentos que podem afetar a saúde mental individual. Ser otimista por estes dias não é deixar o mais negativo para trás, mas sim, ter esperança no futuro. “Precisamos de estar ainda mais atentos ao nosso estado emocional. Quando fazemos isso, somos capazes de avançar mais rapidamente além do stress, desconforto ou dor”. Este artigo do The New York Times ensina a construir pensamentos mais positivos sobre o futuro e tão importantes para que tenhamos a força necessária para enfrentar esta tormenta.
POR CÁ
A reabertura da economia, já a partir da próxima segunda-feira, dia 4 de maio, será feita em três fases distintas, com um intervalo de 15 dias entre cada uma delas. Antes do início de cada fase, será sempre feito um balanço que determinará se é possível avançar e, através do qual, serão adaptadas algumas medidas, não excluindo a possibilidade de recuos. No Jornal Económico, poder ver em que consiste cada uma destas fases (o calendário possível, antes da conclusão do Conselho de Ministros desta quinta-feira).
Com a retoma progressiva da atividade económica, muitas empresas vão agora abrir portas. A sua capacidade de adaptação e flexibilidade será testada, visto serem muitas as condicionantes. No Público encontra o acesso à lista com 19 recomendações promovidas pela Autoridade para as Condições do Trabalho (ACT), que sublinha, entre outros aspetos, a necessidade de manter os espaços de trabalho arejados e limpos.
Os efeitos da pandemia Covid-19 na confiança dos consumidores e das empresas portuguesas são profundos. De acordo com o INE, o indicador de confiança dos consumidores “registou em abril a maior redução da série face ao mês anterior, atingindo o valor mínimo desde Setembro de 2014”. Esta redução deveu-se sobretudo ao “contributo muito negativo das expetativas relativas à evolução da situação económica do país, da situação financeira do agregado familiar e da realização de compras importantes”. Para ler no Público.
LÁ FORA
Nos últimos dois meses, este surto teve um impacto devastador em praticamente todos os aspetos da vida, em todo o mundo. Nos Estados Unidos, que já somam mais de 60 mil mortes provocadas pela Covid-19 e ultrapassaram a barreira de um milhão de afetados, imperam as preocupações com a Saúde Pública. Mas outra inquietação começa a surgir, em ano de eleições presidenciais. A maioria dos americanos acredita que a pandemia terá consequências no processo eleitoral, como mostra este artigo da Pew Research Center, que lhe fornece alguns dados indicadores das previsões dos eleitores para as eleições que continuam agendadas para novembro. Leia também no Politico entrevista a Rick Hasen, especialista em lei eleitoral americana, que aponta para o que pode estar em causa na democracia da maior potência global.
Na Síria, as preocupações atingem outro patamar. As crianças, que são a faixa mais vulnerável da população, são as mais atingidas, tanto pela guerra como pela pandemia. “As crianças já estão traumatizadas pelas guerras e carestias e a estas soma-se o choque do isolamento”, atesta o porta-voz da Unicef Itália. “Corre-se o risco de que sejam contagiadas e que voltem a ser infetadas por doenças que já tinham sido quase eliminadas. Mais agora, com a impossibilidade de receberam ajudas humanitárias como recebiam antes”. Conheça a realidade no Vatican News.
Pauline Beckett é, desde 2015, voluntária da organização Care4Calais, uma instituição de caridade que tem prestado auxílio a refugiados no norte da França e na Bélgica desde o início da atual crise. Pauline tem passado este tempo de isolamento em campos de migrantes no norte da França. Encontrava-se já no país quando foi decretado o período de confinamento obrigatório, mas decidiu não abandonar o local “Eu podia ter ido para casa, pois só devia estar aqui durante cinco dias, mas fez mais sentido para mim ficar.” A voluntária permaneceu no campo a distribuir comida e roupa pelos migrantes, e descreve a dificuldade que é responder corretamente a todos os procedimentos de distanciamento social e de higiene, quando há falta de saneamento. Mais uma história que revela as desigualdade sociais perante a pandemia e que pode ler na BBC News.
Contra factos não há argumentos
A economia da zona euro travou abruptamente e, de acordo com o Eurostat, regista maior queda trimestral desde 1995. O PIB da zona euro caiu 3,8% entre janeiro e março de 2020, em relação ao trimestre anterior, uma queda superior à do pior trimestre da recessão de 2009. Também esta quinta-feira foram publicadas as estimativas para o crescimento homólogo no primeiro trimestre em França e Espanha, que estão em recessão. Previsões para ler no Expresso.
A pandemia alterou o dia-a-dia dos trabalhadores e as mudanças vieram para ficar, sobretudo com a maior adaptação às novas tecnologias. “As pessoas têm sido mais pacientes” na aprendizagem das novas tecnologias e no seu envolvimento com as mesmas, “porque precisam”. A CNBC conversou com futuristas, especialistas em trabalho, CEOs, entre outros, para perceber de que forma a pandemia pode transformar o método de trabalho das empresas. Regimes mistos de trabalho (entre o escritório e o lar), menos viagens de trabalho, fim do horário 9h-17h… Estas são apenas algumas transformações que vão ocorrer no futuro – já bem próximo – do mundo do trabalho.
Como sobreviver
“A máquina não pode parar”, é preciso responder aos desafios do presente e preparar aqueles que se avizinham num futuro pós-coronavírus. “Face a esta nova realidade, torna-se ainda mais urgente entender as consequências, as oportunidades e os desafios dos próximos tempos”. Conheça na Notícias Magazine a rotina dos CEO’s de algumas empresas portuguesas – como o Grupo Sovena, Altice, Sogrape ou Adega Mayor – que correm para todo o lado e acodem a tudo, ainda que confinados às suas casas.
O início de maio será marcado pelo ‘desconfinamento’ parcial, mas é, ainda, em casa, que se passará grande parte do tempo – porque é preciso, em nome da Saúde Pública. O Expresso desvenda já a programação das próximas duas semanas, em termos de estreias de filmes e séries nas plataformas Netflix e HBO que, certamente, não vai querer perder.
A forma como a crise é ultrapassada difere de pessoa para pessoa. Umas anseiam sair de casa, outras optam por aproveitar o tempo da melhor forma possível. E no caso dos adolescentes? Como estão a encarar esta nova realidade? O The Guardian traça o retrato fotográfico de uma Geração Z confinada, nas suas rotinas e estratégias para sobreviver ao isolamento social. Nativos digitais, estudar e comunicar com o exterior, através de plataformas como o Zoom, Skype e Whatsapp.
Facts&Figures
A confiança que um chefe transmite aos seus funcionários contribui em muito para o seu maior envolvimento com a empresa. Mas este grau de compromisso depende, em grande parte, de características pessoais dos trabalhadores. Resiliência e otimismo são chave. Mas, naturalmente, que compete aos líderes fomentar as condições para os colaboradores prosperarem. Leia o artigo completo na Forbes.
O presente está em standby e as fotografias e as notícias que todos os dias circulam, são suficientes para perceber isso. Os restaurantes e os hotéis mantêm-se fechados, as ruas desertas… O retalho tem sido afetado em todo o mundo. Nos Estados Unidos, berço das maiores cadeias retalhistas, começam-se a delinear novas estratégias para fazer renascer este setor. Como será o futuro do retalho? Leia na The Atlantic uma extensa reportagem sobre o assunto.
Devido ao crescimento no consumo de televisão nos últimos tempos, os serviços de streaming conseguiram somar 800 mil novos assinantes em Portugal, apenas em dois meses. As duas plataformas com uma maior adesão são a Netflix e a HBO, como pode analisar neste artigo da Meios e Publicidade.
Fazer a Diferença
A Fundação Ronald McDonald lançou máscaras solidárias reutilizáveis em tamanhos mini, júnior e de adulto, disponíveis para compra online. Com padrões estampados ou lisos, têm um custo de 3 euros, valor que reverte a favor do trabalho desenvolvido pela Fundação. “Atravessamos um momento delicado e particularmente mais vulnerável para as famílias acolhidas nas Casas Ronald McDonald, pelo que se torna essencial poder continuar a contar com a generosidade dos portugueses”, salienta Gonçalo Barata, diretor executivo da Fundação à Marketeer.
Numa tentativa de reduzir o risco de contágio pelo novo coronavírus, o movimento “Todos Por Quem Cuida” vai oferecer câmaras de proteção profissional a todos os hospitais do país, num total de 500 unidades. Estes equipamentos protegem os profissionais de saúde dos blocos operatórios e Unidades de Cuidados Intensivos durante o processo de entubação dos doentes. A iniciativa, que já juntou mais de 700 mil euros, encontra-se aberta à sociedade civil, possibilitando a entrega de donativos financeiros e de equipamentos hospitalares. Para ler no Jornal de Notícias.
Este artigo da Euronews traz-nos um bom exemplo de entreajuda. Nadege Ilick, uma mulher natural dos Camarões, esteve entre os refugiados a bordo do navio Sea Watch que atracou sem autorização no porto de Lampedusa, no verão passado. Itália não lhe abriu as portas e foi, aqui, em Portugal, que conseguiu encontrar refúgio. Grata pela oportunidade, decidiu ajudar Portugal neste momento difícil. Juntamente com mais quatro refugiados e alguns voluntários portugueses, trabalha numa cozinha solidária em Braga, preparando refeições para pessoas com dificuldades. Em 42 dias, já distribuíram cerca de nove mil refeições.
Opinião de Nuno Gaioso Ribeiro – Parte 2
A saúde financeira das empresas portuguesas (II): “depois da doença, a dívida” – e que tal uma vacina?
Nuno Gaioso Ribeiro, que na semana passada escreveu sobre a necessidade urgente de as empresas nacionais terem acesso imediato a instrumentos de capitalização, sugerindo a criação de “um fundo de fundos”, faz agora a análise a outro problema conjuntural do tecido empresarial português: a dívida. É preciso imunizar a economia. As empresas “vão precisar de uma injeção de capital próprio, que é, justamente, a vacina que poderá curar os males provocados pela interrupção forçada da atividade económica.”
O sócio fundador da Capital Criativo e presidente da Associação Portuguesa de Capital de Risco, considera que “sem uma injeção de capital próprio, muitas das empresas sairão da pandemia mais doentes, sintomáticas e com maior distanciamento económico”. Soluções são precisas. Leia as suas palavras assertivas no Expresso.